CAPÍTULO 2: SANGUE DO MEU SANGUE
Abadir apreciava uma boa bebida na estalagem de Vila Sombria. Sempre lhe agradava sair pelos lugares experimentando suas melhores cervejas e desfrutando das inúmeras belezas existentes em cada canto longínquo.
Ele trajava uma camisa quadriculada de cor marrom, semelhante a que os lenhadores da região costumam vestir. Um cinto, também marrom, ajudava a apertar sua calça um pouco frouxa, feita de uma seda simples na cor preta, com partes vermelhas dos lados. E nos pés calçava um sapato preto.
Na cintura Abadir carregava uma espada curta, com um cabo de cor cinza e uma longa lâmina afiada feita de tório, um poderoso metal de Azeroth.
- Posso lhe pagar uma bebida? - uma elfa noturna se aproximou de Abadir, tocando-lhe o ombro direito, enquanto se ajeitava na cadeira à sua frente.
A elfa tinha cabelos roxos, que lhe caía pelo rosto escondendo seu olho esquerdo. Na bochecha direita exibia uma cicatriz longa na forma de um corte. Ela vestia blusa e calça de couro, ambas de cor preta.
- Eu geralmente bebo sozinho. Será bom uma companhia - respondeu Abadir, encarando a elfa.
- Esse anel preto em seu dedo, conheço ele - continuou a elfa - Você é um dos Danagarde!
- Sou Abadir Danagarde, o mais novo da família. Mas não sabia que minha casa era tão conhecida assim - respondeu Abadir, bebendo um bom gole de cerveja.
- Eu conheci o seu irmão, Abadir. Na verdade, você é muito parecido com ele - disse a elfa mostrando um sorriso discreto.
Abadir ficou muito surpreso. Há três meses que não via seu irmão. Ele partira pra Vila Plácida e não voltou mais, nem deu qualquer notícia.
- Pelo que eu saiba meu irmão nunca veio à Vila Sombria. Pelo menos não que ele tenha me dito - respondeu Abadir com um tom de desdém.
- Se tivesse chegado ontem você mesmo lhe perguntaria, pois eu o vi com meus próprios olhos - retrucou a elfa, apontando para os seus brilhantes olhos cor de prata.
- Nossa conversa termina aqui. Agradeço pela bebida mas agora preciso ir - interrompeu Abadir, terminando sua cerveja com um único gole, levantando e saindo depressa rumo à prefeitura.
Ele precisava descobrir se seu irmão de fato havia estado em Vila Sombria e por qual motivo. Mas após alguns passos para fora da estalagem, Abadir começou a sentir seu corpo pesado, sua visão foi ficando turva e aos poucos foi perdendo a consciência até cair desmaiado no chão.
Tudo ficou escuro.