Tecer do Destino: Reencontro em Belameth [ OC ]

Caminhar por Belameth tinha um toque reconfortante, pensou Chi consigo mesma, enquanto seus olhos passeavam pelo seu povo, permitindo-lhe avançar após a tragédia que havia assolado os elfos da noite. Desde a quarta guerra, a elfa havia se recolhido, vagando incessantemente em busca de si mesma. Ela se afastara de seus amigos, de sua comunidade e até mesmo de sua divindade tão venerada. No entanto, agora, ela seguia adiante, livre de preocupações e apreensões. Até que, ao longe, avistou Tyrande Murmireole e seu esposo Malfurion Tempesfuria, recepcionando um herói da Aliança. Chi sentiu seu corpo gelar por completo e seu coração disparar, levando-a a se esconder rapidamente entre as pilastras de sua nova morada. Ela não podia se deixar ser vista, não queria acreditar, mas era óbvio que se tratava da mesma pessoa. Este herói da Aliança, que havia ajudado os elfos na linha de frente, era, na verdade, seu primeiro amor.

Chi observava de longe, incapaz de sequer imaginar sobre o que se tratava a conversa entre Tyrande, Malfurion e o herói da Aliança. Sua curiosidade ardia como fogo dentro dela, mas o medo de ser vista a mantinha escondida atrás das pilastras.

Em um suspiro, ela se recostou contra a pilastra, sentando-se sobre os calcanhares. Com o rosto apoiado nas mãos geladas, mal percebeu a aproximação silenciosa de seu irmão, Carijó. O elfo alto, conhecido por sua gentileza, abaixou-se ao nível dos olhos dela, tentando ver o que a deixava tão envergonhada.

“Você age como um adolescente quando o assunto é ela, não é mesmo?”, provocou Carijó com um sorriso leve, aliviado por ver sua irmã de criação novamente bem o suficiente para se sentir envergonhado por sua própria paixão.

“Depois de tantos anos, nunca lhe escrevi ou procurei. Mesmo depois de tudo que Xilosciente fez pelos Kaldorei, por mim. Eu não posso simplesmente aparecer agora, depois de tanto tempo”, murmurou Chi, apreensiva sobre o que fazer.

“Minha pequena irmã, enquanto você espera, mais tempo se passa. São tempos de paz, tempo de celebrar. Acredito que a heroína de Azeroth também passou por muitas dificuldades e também precisa celebrar”, disse Carijó, já de pé, com um olhar distante e sereno voltado para o horizonte.

Chi ouviu as palavras de seu irmão com um misto de gratidão e desconforto. Ela sabia que ele tinha razão. Não podiam continuar vivendo no passado, deixando que as sombras do sofrimento a impedissem de ver um futuro. Com um suspiro resignado, a elfa concordou com um aceno de cabeça, mas quando se virou na direção onde Tyrande estava, Xilosciente já não estava lá.

Chi se despediu do irmao, e se apressou em procurar Xilosciente. A Dreanei da luz de longos cabelos brancos, era conhecida e querida por todos seria mais facil perguntar para alguem no lugarde ficar correndo para todos os cantos. Entao foi ai que Chi subiu a colina e foi ao encontro de Leora, a mestre de voo. A elfa de cabelos azuis estava cuidando dos hipogrifos, então certamente teria notado a presença de Xilosciente. “Leora, você viu a campeã da Aliança que agora há pouco estava conversando com Tyrande? Uma draenei alta com olhos dourados brilhantes”, disse Chi, um pouco sem fôlego.

“Xilosciente? Ela passou por aqui mais cedo. Disse que voltaria para Belannar rapidamente depois de resolver alguns assuntos sobre Amirdrassil. Precisa de uma carona para chegar até lá?”, ofereceu Leora, sempre muito amigável.

“Não, não preciso. Obrigada”, respondeu a elfa enquanto já corria mata adentro. Enquanto corria, seu corpo tomava a forma de Asaluna, e ela começava a voar entre as árvores da floresta. Sua mente estava um turbilhão, a euforia de encontrar Xilosciente estava a consumindo. Quais palavras escolheria? Será que mesmo depois de tanto tempo, sua aparência já não era nem mesmo a mesma?

Outrora uma elfa de longos cabelos verdes e olhos azuis brilhantes, agora seu rosto queimado, cabelos curtos e a perda do olho direito. A quarta guerra, a batalha de Costa Negra, o genocídio de Teldrazil. Os horrores que assolaram Azeroth durante todo esse período. Quais palavras precisariam ser ditas? Quais precisariam ser esquecidas?

Chi pousou no telhado da taverna, já em sua forma élfica. Apertou bem as mãos enquanto repassava o encontro das duas mais algumas vezes em sua mente. Foi quando ela ouviu uma voz doce e firme vindo de baixo: “Chi? É você mesma?” Era Xilosciente, a paladina draenei, em um lindo vestido dourado cheio de adornos. Ela acenou com a mão e continuou, “Que bom te encontrar por aqui.”

Após tantos anos, Chi reencontrou o seu único amor.

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Olha eu gostei desse sua lore, faça mais continuações ^^

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