Diário de uma sacerdotisa das Sombras

Das sombras penetrantes ao meu redor,
das escuras águas abaixo dos meus pés,
escuto aquele que me chama sem parar;
Deito e durmo imaginando o preço de sua mudez.

No vale das sombras eu me lanço,
esvaio seu poder para meu agir;
Na beira da insanidade me derramo,
Esperando o momento de sucumbir.

Quando me vejo sem rumos,
Perdida na profundidade daquela vastidão,
Rogo a Eluna por sua filha,
“Não me deixe sozinha na escuridão”.

Vejo ao longe o luar,
sua pálida luz em meu rosto tocar;
“Filha da noite”, grito às trevas,
que por hora recua,
esperando a próxima fraqueza,
a tentar me dominar.

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Em meio a floresta sombria, observo uma figura se guiando pela lua. Será outro filho de Eluna?

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Dia 27 de junho do ano 42 após a abertura do Portal Negro:

As sombras crescem, sussurros por todos os lados,
No escuro, sou caçada por algo inimaginável.

Na espiral de loucura, vejo olhos roxos a me dominar,
Correntes profundas e sombrias, com um toque estranhamente familiar.

As aljavas me prendem, a consciência se esvai, um desejo louco e subliminar,
A tentação sufoca. “Vamos, se jogue! É o meu poder que deve te controlar!”

Perco a visão das estrelas, de repente, não vejo mais o luar.
Dominação completa, pronta para um mau despertar.

Então, uma voz cálida toma o seu lugar, um calor no peito começa a brotar,
Uma profunda chama afasta o medo: “Lute! Dê tudo o que em ti há.”

“Tola! ousa resistir ou há de negar o poder que tanto te dei sem hesitar!”
Reconheço aquela figura sombria. Antes minha arma, agora Xal’atath.

Minha angústia dura pouco, como um breve pesadelo fugaz,
Logo, estou sozinha de novo, protegida uma vez mais.

Guio meu olhar para os céus, uma tempestade a chegar,
Oro a Eluna que tenhamos forças…
Aproxima-se uma vez mais a hora de lutar.

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