A cerca de 5 anos atrás, no antigo fórum eu postei alguns poemas, com a volta do clássico resolvi traze-los para apreciação novamente, os poemas são em estilo de Trova, então sinta-se como numa taverna, sirva uma boa bebida e enquanto as velas dançam ao sibilar da noite, ouça o bardo cantar sobre glórias e destinos de outrora…
A Balada do Lich-Rei.
Ímpar felicidade, é grande a comemoração;
Eis que nasce agora, o príncipe da nação!
Belo e charmoso, aspirante à grande glória;
Herdeiro de Lordaeron, deveras icônica outrora.
Nascido entre a realeza, este único em seu nome;
Jovem Menethil, visto líder dentre os homens;
Criado em valores, dedicado majoritariamente;
A causa inabalável com paixão incandescente.
O seu primeiro amor, digo, foi deveras entendível;
O corcel cujo a vida deu, tal corcel “O” invencível;
Com ajuda de seu amigo, a criança do estábulo;
Assim como amado, tornar-se-ia dor por outro lado.
Cresceu, ainda que imaturo, de idade questionável;
Talvez pronto a ingressar em um destino inexorável;
Treinou e dominou seus talentos com afinco;
Jovem homem, resiliente, abençoado paladino.
Seu segundo amor, daí então pode enfim enamorar;
De nome Proudmore; Jaina, linda e espetacular;
Timidamente, embora rápido, o sentimento fora recíproco;
Jovens e apaixonados, como se deve ser bem no ínicio.
Sua balada mostra então, preparada para começar;
Agora sua sina, triste conto, que hei-de contar;
Prepare-se portanto, mas afirmo em seu contento;
Toda boa história tem começo, tem fim, mas sem julgamentos.
Assim ele tomou, junto a si, a decisão;
Partiria tão logo, e não haveria rescisão;
Juntou-se logo a Uther, o destino: Strahnbrad!
Defender o local, salvar a tal cidade.
Isso até foi fácil, tendo em vista o logo vem;
O maldito necromante, esguio e desdém;
De Montalvo a Andorhal, assim foi perseguido;
Infectando alimentos, desencadeando genocídio.
Já mais experiente e maduro, uma conquista em seu partido;
Matou Kel’thuzad, o necromante inimigo;
Mas antes de morrer, o ser assim admitiu;
-“Pior que eu, é meu líder, Mal’ganis”, assumiu.
Em Amparo, estacionado, era emergência brusca!
Nosso herói se deparou, com a verdade absurda;
Não só matar, infectar, controlar, era o objetivo;
Transformando em Mortos-vivos os humanos consumidos.
Mesmo avisado por Medivh, para o horizonte escapar;
Nunca desistiria, não, ele, jamais largaria o seu lar!
Dali foi só o caminho, rumo a em frente encontrar;
Stratholme, cidade maldita, que nossa história irá mudar.
Desprezado por Uther, tão logo, Jaina o seu amor;
Seus planos de contenção sobrepunham seu valor;
Mas não havia outra maneira, nenhuma outra solução;
- “Devemos matar, queimar e expurgar a multidão!”
Com um brado distorcido, e obrigação não possuída;
Deu a ordem a seus soldados, a guarnição ali mantida;
- “Venham comigo os que comigo estão, Lordaeron devemos proteger!”
- “Obedeçam o seu príncipe, ou saiam daqui, para nunca mais lhes ver!”
Após a horrenda, e controversa, ação cujo tomou;
Ao encontro de Mal’ganis, sem demorar ele rumou;
Irônico, debochado, e por quase… derrotado;
- “Destinado, eu afirmo, em Nortúndria hei-de encontrá-lo!”
Em busca de Mal’ganis, seu antigo mentor ele encontrou;
Muradin Barbabronze, nostálgico ele achou;
Ambos lado a lado, partilharam um grande fardo;
A espada misteriosa, gélido lamento assim chamado;
Já perto do objetivo, um guardião os atrapalha;
Na batalha lhe é mostrado, o sentido da espada;
Muradin agora caído, morto e esquecido;
- “Os protejo desta lâmina, não o contrário, desconhecido!”
O primeiro sacrifício, agora já foi feito;
Sua alma aprisionada, na escusa espada de gelo;
Recebendo de seu mentor, as ordens inegáveis;
Sua mente distorcida, à poderes inimagináveis.
Consumido pelo ódio, possuído pela espada;
Abandonada sua tropa, numa longa caminhada;
Após meses desaparecido, para terra natal ele retornou;
No festejo da capital, a vida do Rei ele tomou;
Já não era mais um homem, ou sequer um ser mortal;
Havia transcendido, para algo imoral;
Um avatar caído, sem luxúrias ou compaixão;
Apenas um pensamento, ter o poder em sua mão;
Muitas incursões, doravantes se viu infringido;
Dominado pelo lamento, de corpo gélido e rígido;
Aliados flagelados, Kel’thuzad, Sylvannas, Anub’arak, muitos mais;
Jornadas banhadas a sangue, o campeão intrépido e sagaz;
Após difíceis batalhas nos reinos das aranhas;
Provou seu valor contra as várias artimanhas;
Avisado pelas vozes, como campeão onde chegar;
O rachado trono gélido, é ali onde deve estar!
- “Mal’ganis! ele bradou, ao seu nêmesis encontrar!”
Rindo, ainda irônico, disse - “Aqui é seu lugar!” - “Prepare-se, maldito, hoje você irá perecer!”
- “Não tão cedo, jovem príncipe, não é assim que deve ser.”
Porém, em uma virada, Mal’ganis se surpreendeu;
A traição do destino, de absoluto lhe acometeu;
Pensava que se salvaria, caso fizesse Arthas submisso;
Quando na verdade, para a espada, eras também um sacrifício.
Chegando em seu destino, ali, almejando submissão;
Não antes de ouvir os pedidos para rescisão;
Uther, Jaina e muitos outros, implorando a consciência;
Ao fim da escadaria, não haveria, nenhuma desistência.
Vislumbrando o trono gélido, bloco de gelo ali prostrado;
Uma armadura de gelo nova, como se ali tivesse sentado;
Soube na hora a que devia, qual ação deve tomar;
Sem pesar nem vacilar, finalmente achara seu lugar;
Com um golpe primoroso, em um corte, o gelo se partiu;
Dos cacos agora espalhados, um brilhante elmo ali surgiu;
Obedecendo a ordem dada, no altar foi consagrado;
Com o elmo colocado, e o profano ritual iniciado;
Ambos Ner’zhul e Príncipe Arthas, no encontro em comum;
Fundidos a ferro gélido, as almas de dois se tornam um;
O lendário mal em carne, a entidade formada do elo;
O rei de olhar gélido, O Lich-king do flagelo.
Obrigado!
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